quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Continuação -Parte 2-

— Entende o que eu disse? — perguntou Pinkney.

— Bobagem — retrucou ela com firmeza, abrindo a porta e entrando. Um pequeno abajur, colocado sobre uma linda mesa de madeira entalhada, iluminava parcialmente o saguão. Ela colocou a bolsa e a valise de mão no chão e virou-se, vendo que o sr. Pinkney empurrava apressadamente as malas para dentro e se afastava para os degraus. Mas o gesto não o impediu de dar uma boa olhada na casa, pensou Bella. Ela procurou o interruptor e logo o local ficou completamente iluminado. O homem encolheu-se e recuou ainda mais.

— Me ligue, se precisar — repetiu, com o sotaque ainda mais acentuado.

A atitude dele, assim como a das pessoas que encontrara na cidade, mostrando-se chocadas ao vê-la chegar, e fazendo advertências, era terrivelmente injusta e infundada, já que falavam de um homem que nem conheciam. De repente, Bella sentiu-se fortemente motivada a proteger o sr. Efron.

— Não será preciso, obrigada — agradeceu, fechando a porta.

Suspirando, Vanessa virou-se, e o coração dela deu um salto, ao perceber que as luzes se apagaram e uma sombra aparecia no topo da escada de madeira entalhada.

— Sr. Efron?

— Sim — a voz grave ressoou, chegando até ela.

— Olá. Sou...

— Vanessa Hudgens, eu sei — interrompeu ele. — Quase trinta anos, solteira, cursou a universidade, criada em Charleston, ex-miss Carolina do Sul, miss condado de Jasper, miss Festival do Camarão.

Ela podia jurar que havia um tom de zombaria na voz dele.

— Será que esqueci alguma coisa?

Bem, então era ele o misterioso recluso, pensou, olhando para a sombra na escada

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Continuação do Capítulo 1.

O sr. Pinkney colocou as malas no chão. Ao virar-se para pagá-lo, Vanessa percebeu que escrevia algo num pedaço de papel. Assim que lhe entregou o dinheiro, o homem estendeu-lhe o papel.

— Aqui está meu telefone. Se precisar de alguma coisa é só chamar.

O gesto deixou-a comovida, mas não era necessário.

— Ele não é um monstro, sr. Pinkney.

— É sim. Grita com qualquer um que pisar nas terras dele, e quase fez picadinho do pobre garoto que entrega as compras da mercearia. Detesto pensar no que pode fazer com a senhora. — E quando Vanessa olhou-o com firmeza, o motorista olhou novamente para o castelo e suspirou. — Esta casa foi construída muitos anos atrás, por um homem que a ergueu para a noiva. Ela queria viver como uma princesa, e ele procurou atender esse desejo. Trouxe cada pedra do continente, e muitas coisas vieram da Inglaterra ou da Irlanda, pelo que ouvi dizer. Ela morreu antes que a casa estivesse terminada, ou antes, que o rapaz tivesse chance de casar-se com ela.

Que história triste, pensou ela, mas logo ergueu o queixo.

— Está agindo como se a casa fosse assombrada, ou amaldiçoada.

O sr. Pinkney não disse nada, olhando as pesadas portas duplas de madeira, como se fossem a entrada de uma caverna. Que bobagem, pensou Vanessa, erguendo a aldrava de bronze para bater na porta.

Era a cabeça de um dragão. Bem, sr. Efron, se queria manter as pessoas longe daqui, tem feito um bom trabalho. Ela bateu e esperou.

Imediatamente ouviu-se uma voz, soando no interfone à direita da porta.

— Entre.

A voz era profunda, um tanto rouca, e sem querer, Vanessa estremeceu, invadida por um sentimento de apreensão.