quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Capítulo 3

— Olá, sou Vanessa.

— Olá — respondeu a garota, sem mostrar o rosto. Katherine afastou-se um pouco, forçando Pâmela a fitá-la. Vanessaa sentou-se no chão, com as pernas dobradas sob o corpo, como se tivessem todo o tempo do mundo.

— Foi uma semana bem difícil, não é?

— Sim.

— Bem, agora vou cuidar muito bem de você, Pâmela. — A menina ainda parecia pouco à vontade. — Eu prometo. Sei fazer uma porção de coisas. Podemos brincar na praia, andar de bicicleta, e talvez andar a cavalo.

A idéia pareceu agradar, e Pâmela rezou, baixinho, para que ainda se lembrasse de como cavalgar.


— Seu pai tem três cavalos, e não acho que façam muito exercício. Teremos que cuidar deles.

— Viu meu pai?

A esperança na voz da menina fez o coração de Vanessa se apertar.

— Sim. Ele é muito simpático.

— Mamãe disse que ele foi ferido.

— Sua mãe tinha razão. Foi sim. Mas agora está bem. — Não pretendia assustar a menina com detalhes assustadores. — Só não gosta que fiquem olhando para ele.

As sobrancelhas de Pâmela ergueram-se, como se estivesse tentando entender por que não queria que olhassem para ele, se estava bem. Vanessa pretendia adiar o encontro dos dois, até que Pâmela estivesse acomodada e à vontade.

— Então, está pronta para ver sua nova casa?

Pâmela assentiu, mastigando a ponta do suéter que vestia. Vanessa estendeu a mão, tirando-o delicadamente da boca da menina.

— Fale. Não consigo ouvir o que está dentro da sua cabeça. A garotinha quase sorriu.

— Sim, senhora.

— Vai adorar, Pâmela. É um castelo, como o da Cinderela.

— Verdade?

— Verdade.

Vanessa levantou-se e estendeu a mão. Pâmela olhou para Katherine, suspirou, e então segurou a mão de Vanessa, que mal pôde esconder a alegria.

— Não gostaria de vir até a casa? — convidou. — Tomar um café, antes de pegar a outra balsa? — Algumas pessoas já passavam por elas, a caminho do barco.

Katherine sacudiu a cabeça.

— Acho melhor deixar que se conheçam melhor. Telefono mais tarde.

— Gostaria que fizesse isso — e, baixando a voz, completou: — Já que não há nada de temporário neste trabalho, e sabe bem disso.

— Ele precisa dela, Vanessa.

— Eu sei, mas... — Olhando para baixo, viu que a garotinha as observava, curiosa. Vanessa trocou um olhar com Katherine, indicando que poderiam conversar melhor ao telefone. Katherine sorriu, e inclinou-se para beijar Pâmela.

— Você vai ficar bem Pâmy. — disse Katherine abraçando Pâmela.A criança passou os braços em volta do pescoço de Kat, agarrando-se com força por alguns instantes. O coração de Vanessa apertou-se. Como devia sentir-se insegura e amedrontada, sendo Katherine a única pessoa que conhecia.

Kat acariciou as costas da menina, dizendo que a amava muito, e logo viria visitá-la. Pâmela soluçou, correndo para Vanessa, assim que Katherine soltou-a. Com um sorriso, Vanessa levou a criança até o carro, colocando-a no banco da frente. Depois de acomodar-se atrás do volante ligou o motor.

— Pronta?

Pâmela olhou-a com os olhos muito azuis e assentiu, mordiscando a ponta do suéter. Vanessa percebeu o brilho das lágrimas e inclinou-se, abraçando-a e sussurrando:

— Tudo vai dar certo, querida. Sei que está com medo. Os dedinhos delicados apertaram-na com força.

— Quero ir para casa.

Os olhos de Vanessa encheram-se de lágrimas. A menina parecia tão triste e perdida.

— Vou levá-la para casa, e será uma grande aventura descobri-la aos poucos. Não acha que vai ser divertido?

Pâmela deu de ombros, e Vanessa acariciou os cabelos brilhantes.

Tinham um longo caminho a percorrer juntas, e imaginou por quanto tempo ficaria ali. Ou se algum dia desejaria partir. Pois percebia que estava começando a amar aquela garotinha perdida.

No instante em que a casa apareceu na frente delas, Vanessa percebeu que Pâmela prendia a respiração, maravilhada, esticando o pescoço para ver melhor. Vanessa dirigiu pela estrada de terra, cheia de lombadas, até chegar à garagem, esperando que a vista da praia, do estábulo enorme e do grande jardim atraíssem Pâmela. E aconteceu, especialmente por causa do escorregador e do balanço, que não se encontravam ali no dia anterior. Parando o carro, desligou o motor.

3 comentários:

  1. Bem á quanto tempo, mas ainda bem que postaste estava curiosa. Cap.muito bom, estou a pensar como Zac vai lidar com a filha em casa.

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  2. Ai que bom que vc voltou a postar!
    Amei o cap!
    Espero que o Zac apareça para a filha.
    Posta logo
    Bjos

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  3. minha nossa quase não acreditei quando
    vi! que ótimo que você voltou,achei que você
    não iria escrever mais!
    amei muito esse cap, que bom que ela
    já chegou aposto que o Zac vai espionar elas kkkkk
    posta logo bjs

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